A justiça de poucos

Confesso que assisti pouca televisão neste último feriado prolongado, mas no final do dia ao abrir alguns sites, uma notícia surpreendeu: uma liminar da justiça tinha cancelado o ‘tão esperado amistoso’ da seleção brasileira de futebol contra o time da Inglaterra, no novo estádio do Maracanã, dias antes da Copa das Confederações.

O motivo? De acordo com a juíza, responsável pela liminar, laudos dos bombeiros e de engenheiros não teriam sido entregues e desta forma o estádio, reformado por bilhões, não poderia ser usado pelo governo do Estado do Rio para eventos esportivos, pois o mesmo não seria seguro.

Os responsáveis pelo jogo, entre eles o governo do RJ e a FIFA (empresa privada que se acha dona do  mundo) informaram minutos depois da decisão, que iriam recorrer. Jornais de países europeus aproveitaram a situação e não perderam a chance de dizer poucas e boas do Brasil, do nosso jeitinho irresponsável de fazer as coisas.

Horas depois a notícia era outra, uma segunda juíza derrubou a primeira liminar e os organizadores do evento lardearam a decisão. Agora a pergunta que fica é: porque quando pessoas entram na justiça por uma vaga nos hospitais as decisões não são tão rápidas? Essa é apenas uma, de várias perguntas que poderíamos fazer.

O fato e a decisão transformam-se em mais uma exemplo de que no Brasil a justiça é de poucos. Nossa justiça e nossos juízes deveriam aproveitar seus plantões para agilizar processos e não para defender interesses escusos de poucos.

E ainda dizem que a renda do jogo será a maior da história do futebol brasileiro, só que se esqueceu de dizer que os ingressos foram vendidos a preço de ouro e que o povo mesmo não será a grande torcida. Enfim, um jogo para poucos, um futebol para poucos e uma justiça de poucos. Brasil!