Centenas
de mortos, áreas devastadas e uma constante disputa por terras sagradas
“Os israelenses lutam para existir no futuro porque sabem
que os judeus não estiveram seguros no passado. Os palestinos lutam para
existir no presente que nunca chega. Os dois têm razão”, Chacra, Guga –
jornalista especializado em oriente médio.
Para alguns, um país de contrastes, que o torna um dos piores lugares do mundo. Para outros, estas diferenças são tão latentes, que fazem do Brasil um lugar único, um dos melhores lugares do mundo para se viver.
Há pouco mais de três semanas, o Cristo Redentor era iluminado pelo sol e abençoava um evento que reuniu milhões de seres humanos, um evento que, pelo esporte, promoveu o fair play entre 32 países.
Ao mesmo tempo, ao redor do planeta povos e histórias estão entrando em constantes conflitos, de forma ‘inaceitável’. Os números de uma guerra, inexplicável para nós ocidentais, que assombra o oriente médio, são assustadores. Tudo começou quando no dia 12 de junho, três jovens israelenses foram sequestrados na Cisjordânia e encontrados mortos duas semanas depois. O governo de Israel acusa o Hamas como responsável pelo crime. Na busca dos autores, seis palestinos foram mortos pelo Exército e cerca de 420 foram presos, a maioria deles membros do Hamas. A seguir, na noite de 02 de julho, um adolescente palestino foi morto perto de Jerusalém – e, de acordo com uma autópsia, o jovem foi queimado vivo. Seis suspeitos judeus foram presos por conta da suposta vingança. Os fatos são estes, mas é importante dizer que estes conflitos existentes no oriente médio têm fortes ligações históricas, que merecem ser conhecidas, para que desta forma, seja possível entender, ou pelo menos, compreender tal situação.
Em 1897, durante o primeiro encontro sionista, movimento internacional judeu, ficou decidido que os judeus retornariam em massa à Terra Santa, em Jerusalém, de onde muitos foram expulsos pelos romanos no século III d.C..
Imediatamente teve início a emigração para a Palestina, que era o nome da região no final do século XIX.
Nessa época, a área pertencia ao Império Otomano, onde viviam cerca de 500 mil árabes. Em 1903, 25 mil imigrantes judeus já estavam vivendo entre eles. Em 1914, quando começou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), já eram mais de 60 mil. Em 1948, pouco antes da criação do Estado de Israel, os judeus somavam 600 mil.
No dia 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência. Os exércitos de Egito, Jordânia, Síria e Líbano atacaram, mas foram derrotados. Em 1967, aconteceram os confrontos que mudariam o mapa da região, na chamada "Guerra dos Seis Dias". Israel derrotou Egito, Síria e Jordânia e conquistou, de uma só vez, toda a Cisjordânia, as Colinas de Golan e Jerusalém Oriental e anexou a Faixa de Gaza.
Com o apoio de Washington ao longo dos anos, Israel permanece nos territórios ocupados e continua se negando a obedecer a resolução 242 das Nações Unidas, de novembro de 1967, que obriga o país a se retirar de todas as regiões conquistadas durante a Guerra dos Seis Dias.
Apesar das negociações, uma campanha de atentados e boicotes de palestinos que se negam a reconhecer o estado de Israel, e de israelenses que não querem devolver os territórios conquistados, não permite que a paz se concretize na região.
Em junho de 2007, a Autoridade Nacional Palestina se dividiu, após um ano de confrontos internos violentos entre os partidos Hamas e Fatah que deixaram centenas de mortos. A Faixa de Gaza passou a ser controlada pelo Hamas, partido sunita do Movimento de Resistência Islâmica, e a Cisjordânia se manteve sob o governo do Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.
Em resumo, podemos dizer que há questões culturais, religiosas e históricas que explicam essas disputas por terras sagradas no oriente médio.
Com informações dos sites: G1 e Info Escola