Uma breve reflexão sobre o fim do Jornal da Tarde
No último dia 31 de outubro o Jornal da Tarde deixou de circular e mais uma vez o fim dos impressos voltou a ganhar força. Acredito que ainda há espaço para os tradicionais jornais de papel. Mas ao mesmo tempo penso que para que continuem existindo as empresas precisarão se adaptar e oferecer algo novo e diferente para seus leitores.
Provavelmente só sobreviverão no mercado aqueles que apresentarem na maioria de suas páginas, jornalismo. Os que fazem do jornal impresso um catálogo de propagandas terão dificuldades para continuar conquistando novos leitores e consolidar sua credibilidade.
Não podemos negar que novos tempos chegaram e que a forma como as novas gerações consomem informação também mudou, mas a palavra chave é conteúdo. Se um jornal impresso oferece conteúdo de qualidade, certamente terá seu espaço garantido. Pelo menos pelos próximos 10 anos.
O Jornal da Tarde tem seu nome registrado na história do jornalismo e deixará saudades, mas acho muito complicado ligar a ‘morte’ do JT à internet, por exemplo. Se chegamos em casa no fim do dia e abrimos os principais portais da internet teremos todas as manchetes dos jornais do dia seguinte. Aquele veículo que trouxer para o papel a mesma informação que estava a disposição do leitor na internet terá seu prazo de validade menor. Agora, aquele que trouxer algo a mais, uma análise mais profunda, a opinião de especialistas, um tema debatido a partir de um novo olhar, ganhará o interesse do leitor e sempre terá publico, terá anunciantes e continuará existindo.
Quando pegamos uma revista semanal para ler, queremos mais do que os textos de internet e quando pegamos um jornal no dia seguinte a um fato importante, também queremos um diferencial.
O Jornal da Tarde representa mais do que o fim de mais um impresso, nos dá um alerta do quanto é preciso repensar como fazemos jornalismo por este país. Precisamos entender que lucratividade é conseqüência de um trabalho bem feito. E que para isso é preciso se atualizar, mergulhar nas novas mídias, ter bons profissionais e não achar que ainda vivemos em províncias, onde alguns senhores se acham donos da verdade.
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