Martim César chegou a confessar o uso indevido;
A pizza foi servida! E como pensar de forma diferente?
Durante a Sessão Ordinária desta última segunda-feira, dia 10 de fevereiro de 2014, a Câmara de Vereadores de Pindamonhangaba arquivou o processo que envolvia o vereador Martim César (DEM), por suposto uso dos carros oficiais do Legislativo para fins particulares.
Durante a sessão os vereadores votaram o Relatório Final da CEI, assinado pelo vereador Osvaldo Negrão (PMDB) que pedia a instalação de uma Comissão Processante, que poderia resultar na cassação do mandato de Martim César.
Estavam presentes no plenário e votaram a favor do relatório: Dr. Marco Aurélio (PR) e Felipe César (PMDB). José Carlos Gomes, o Cal (PTB), Jânio Lerário (PSDB) e Toninho da Farmácia (PDT) optaram pelo arquivamento do relatório e pelo fim da CEI. Por terem participado da Comissão, Carlos Magrão (PPS), Osvaldo Negrão (PMDB) e Roderley Mioto (PSDB) não puderam votar, assim como o presidente da Câmara, Ricardo Piorino (PDT), que foi denunciante e o próprio Martim César. O Professor Eric (PR) não participou da sessão alegando problemas de saúde.
Durante entrevista à imprensa o vereador Jânio Lerário disse que votou pelo arquivamento do processo por achar o relatório muito exagerado. “Bastava o Martim devolver o dinheiro e isso ele já fez”. Já Osvaldo Negrão disse estar indignado com o resultado final.
O Plenário da Câmara ficou cheio e os moradores tentaram pedir a palavra, que não foi autorizada pelos vereadores. Na semana passada eleitores tentaram entregar uma pizza ao vereador Martim César. A investigação segue com o Ministério Público.
Curiosamente o canal da Câmara na operadora NET ficou fora do ar durante a sessão que votava o relatório. Em nota a assessoria da Câmara disse que “a transmissão da TV Câmara, pelos canais 96 – analógico e 4 – digital, pela operadora NET, foi prejudicada nesta última segunda-feira, devido a falha no equipamento Digilab, que faz a conexão com a TV ALESP, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Os técnicos foram acionados para a realização de manutenção, que deverá ser normalizada nos próximos dias”. Vale lembrar que durante outras sessões importantes falhas técnicas também aconteceram e prejudicaram as transmissões.
Relembre o caso. A CEI foi instaurada depois de uma denúncia apresentada pela TV Globo, no programa Fantástico. Martim César foi flagrado usando os carros oficiais da Câmara para viagens particulares a São Paulo com a esposa e a filha. Na reportagem Martim César confirmou o uso dos carros e disse desconhecer as regras.
Durante a investigação foram ouvidos os motoristas da Câmara, Eliseu, Ailton e Alexandre e todos confirmaram as viagens. O vereador Martim César também foi ouvido. Na ocasião ele disse que todas as viagens foram transparentes, pois contaram com a autorização do Legislativo. Martim César chegou a dizer que o presidente da Casa, vereador Ricardo Piorino (PDT) teria autorizado uma das viagens, quando a mãe de César morreu. “No velório Piorino ligou para o motorista da Câmara e pediu para que ele fosse buscar minha filha em Campinas”. A declaração fez com que a comissão convidasse Ricardo Piorino para depor. O presidente da Câmara rebateu as acusações.
_____
Opinião - A sensação é de que a pizza realmente for servida ao povo de Pindamonhangaba. E como pensar de forma diferente? Quando um político que deveria ser exemplo, usa carros oficiais para fins particulares e nada acontece. E o pior, nada acontece a quem assumiu ter usado o dinheiro do povo a seu favor. Não queremos políticos que acham que basta pagar pelo uso que está tudo resolvido. E o ato de improbidade, como fica? Se a denúncia não fosse apresentada, a situação e o uso indiscriminado continuaria da mesma forma. É uma pena ter a certeza de que não temos na Câmara políticos que nos representam. É uma pena saber que a Câmara de Pindamonhangaba chegou a um estado lamentável.
Senhores políticos, lembrem-se, vocês foram eleitos para atender as vontades da maioria. Será que a maioria gostaria que o relatório fosse recusado? Acho que não! Portanto, a instituição, hoje, não nos representa.